O Seminário


Reconhecendo que o património arquitetónico constitui uma expressão insubstituível da riqueza e da diversidade do património cultural do País, um testemunho incomensurável do nosso passado e um bem comum de todos, que deve ser objeto de especial proteção e valorização, o IPT tem sido, desde há muito, um interveniente ativo no conhecimento e na defesa do património.

A sua ação centra-se no ensino e na prática nas áreas da conservação, restauro, salvaguarda e reabilitação do património arquitetónico, tendo como base os princípios definidos nas cartas e convenções internacionais. Nos cursos das áreas da Conservação e Restauro, da Construção e Reabilitação e da Reabilitação Urbana é assegurando o cumprimento destes princípios no domínio do estudo, conservação, restauro, reabilitação, proteção, valorização e divulgação do património material imóvel (e também móvel).

Mas apesar da consciência generalizada sobre a necessidade de proteção e salvaguarda do património urbano, persiste ainda a ideia de que as intervenções de reabilitação são complexas e onerosas.

Apesar do esforço feito nesse sentido, há ainda um desconhecimento das práticas a exercer em cada caso e a dificuldade em perceber que se pode intervir em edifícios antigos sem necessitar de técnicas muito avançadas, morosas e dispendiosas. Cada edifício é um caso particular, que deve ser tratado segundo as suas especificidades: alguns necessitam apenas de ligeiras intervenções, simples e económicas, enquanto outros carecem de intervenções mais profundas. Há ainda outros em que não se justifica qualquer intervenção, devido ao seu elevado estado de degradação ou por perturbarem a coerência formal do conjunto urbano.

É importante determinar com rigor o tipo de intervenções a realizar, mas é também necessário o empenho na permanente manutenção dos edifícios e do espaço público, de modo a evitar a sua degradação continuada que leva frequentemente à opção de que “mais vale deixar cair para depois construir de novo”.

A reabilitação deve ser vista com um caráter prático, regenerador, que, sem deixar de requerer um conhecimento técnico especializado, deve ser executada com naturalidade.

É o que se pretende com este Seminário. Mostrar, através dos diferentes casos de obra apresentados, algumas das questões suscitadas pelas intervenções no património e dar a conhecer entidades e empresas, que pautam a sua atuação pelo rigor no ensino, na aplicação e na divulgação dos princípios da salvaguarda, preservação e reabilitação do Património Arquitetónico, como são a OA, o GECoRPA e a AOF.